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5 lugares para conhecer em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia

Cidade boliviana é a capital estrangeira mais próxima de Goiânia – e recebe muitos brasileiros anualmente

O centro histórico de Santa Cruz de la Sierra se torna cada vez menor ante o imparável desenvolvimento da cidade, sede do departamento mais rico da Bolívia e a capital estrangeira mais próxima de Goiânia, a 1,9 mil km de distância (22 horas de carro ou algumas horas de voo). Nos últimos anos, o município passou a atrair turistas interessados em arte e cultura do país e surpreende até mesmo alguns brasileiros – pela estrutura e pelas baixas tarifas para chegar ao país.

“Cheguei via La Paz e tive contato com aquela Bolívia altiplana, que tem uma herança indígena muito forte, mas que também é um caos de trânsito, de poluição, de desorganização. Perto das grandes cidades altas, Santa Cruz me pareceu um lugar calmo, culturalmente rico. Uma experiência diferente”, explica o redator Ricardo Franzine, que viajou para o país em junho do ano passado.

A “cidade dos anéis”, como é conhecida, preserva várias atrações turísticas de grande valor histórico e cultural. “Por ser uma capital, ela reúne todos os elementos daquele cosmopolitismo das grandes cidades brasileiras”, explica a estudante de Medicina goiana Almendra Barros, que vive há dois anos no município boliviano.

O cosmopolitismo também pode ser visto nos números: segundo o governo boliviano, é em Santa Cruz que se assentam a maioria dos estrangeiros vivendo no país. Dos 60 mil cidadãos de outras nacionalidades na Bolívia, 38 mil estão na capital cruceña. A colônia brasileira é a maior, seguida por peruanos, colombianos e argentinos.

Uma alta porcentagem desses brasileiros são estudantes universitários que chegam a Bolívia para a carreira de Medicina. Na Universidade Cristiana de Bolivia (UCEBOL), 60% dos alunos estrangeiros são do Brasil. Os dados indicam que aproximadamente 30 mil brasileiros vivam em Santa Cruz atualmente.

Para ajudar os turistas interessados, indicamos cinco lugares que foram apontados por alguns desses brasileiros e que você deve conhecer em Santa Cruz.

Plaza 24 de Septiembre

Coração da cidade de Santa Cruz de la Sierra e orgulho dos habitantes, a praça 24 de setembro é onde aconteceu o primeiro grito libertário do país, em 1810. Rodeada de grandes árvores que praticamente impedem que a luz do sol chegue ao chão, ela foi recentemente equipada com mesas e jardins. Apesar disso, a característica preferida dos visitantes assíduos são os vendedores ambulantes que ali vendem café com leite todos os dias.

Casa Municipal de Cultura Raúl Otero Reiche

Saindo pelo lado Oeste da Plaza 24 de Septiembre se observa a fachada imponente, branca e eclética da Casa Municipal de Cultura de Santa Cruz, com sua enorme porta aberta. É um dos lugares mais visitados da cidade pelos turistas: pelos dois pisos estão sempre expostas intervenções artísticas que resgatam a cultural local e regional, além de abrigarem um teatro,  uma sala de conferências e oficinas gratuitas de canto coral para crianças e adolescentes, danças folclóricas e outras atividades que fazem parte de um programa de capacitação artística da secretaria de cultura local.

Casa Melchior Pinto

“La Casona”, como é conhecida, foi reconstruída pela filha de Melchior Pinto Parada, médico cruceño que atuou na Guerra do Chaco e que foi um importante político da cidade nos anos 1950.ruceñ Local onde ele vivia, o espaço hoje abriga um café, galerias de arte e jardins públicos. “Estamos buscando nos consolidar como um local cultural diferente de todas as casas de Santa Cruz”, explicou Analía Villarroel, diretora cultural da Casa Melchior Pinto, ao jornal El Deber.

Museu de Arte Contemporânea

Para finalizar o recorrido, há uma opção mais contemporânea, ainda que sediado em uma casa antiga: situado a duas quadras da Casa Melchior Pinto está um museu que preserva apenas artistas contemporâneos. O MAC reúne mostras que ressaltam formas e cores em detrimento às obras tradicionais. O acervo de arte moderna é considerado o mais rico da Bolívia, com mais de 250 obras fixas que fizeram parte de mais de 20 bienais bolivianas.

Catedral Metropolitana Basílica de San Lorenzo

Com uma torre monumental vista de quase todos os lugares da cidade, a Catedral Metropolitana – um costume da colonização espanhola em todas as cidades que construiu na América do Sul – fica em frente à Plaza 24 de Septiembre. Uma das atrações que ela oferece é um mirante acessível por uma escada caracol que vai melhorando a visão da cidade a partir dos degraus intermediários. No final, se chega ao relógio, onde é possível conhecer também as engrenagens dos ponteiros.

A Catedral Metropolitana é considerada o primeiro templo católico de Santa Cruz, edificada pelo mercedário Fray Diego de Porres e reconstruída anos depois, em 1770. No seu interior, está o Museu Catedralício de Arte Sacra da Bolívia, que conserva a coleção eclesiástica mais antiga do país, com aproximadamente 400 anos, destacando a arte mestiça dos séculos XVII e XVIII.

Bônus: Zoológico Fauna Sudamericana

A Bolívia é o 13º terceiro país com a maior diversidade de fauna do mundo, de acordo com publicações e pesquisadores internacionais. Uma mostra extraordinária desse universo é o Zoológico Fauna Sudamericana, que também atua nos estudos e na defesa dos animais da selva boliviana. Aberto em 1979 por um dos naturalistas mais renomados da história do país, Noel Kempff Mercado, que o projetou com inspiração nos zoos europeus que visitou durante os anos 1970, hoje conta com mais de 200 espécies de animais. Apesar da existência de outros zoológicos no país – em La Paz e em Oruro – o Fauna Sudamericana é considerado o maior da Bolívia, com cerca de 800 mil visitantes por ano.

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