Inskip Point, a praia australiana que começou a desaparecer

Inskip Point, um paraíso em Queensland – na Austrália -, está sendo engolido pelo mar, mas causas não estão relacionadas a subida das águas do oceano.

Inskip Point

Várias partes da praia de Inskip Point, em Queensland, no noroeste da Austrália, estão desaparecendo abruptamente. As causas, ao contrário do que se imagina, não são por causa da invasão das águas do mar sobre suas areias, mas pelo declínio de grandes áreas da praia ocasionadas, segundo as autoridades, pela erosão da região.

Inskip Point é um dos principais destinos turísticos de Queensland. O estudante brasileiro Gabriel da Hora, que fez um intercâmbio Austrália durante um ano em 2016, conta que a praia é ponto de encontro de turistas e estudantes da região. “A gente passava os finais de semana e os feriados lá. Tem muita festa, muitos eventos que são organizados na areia à noite”.

O último episódio de desaparição aconteceu no último domingo de setembro, quando uma área de 300 metros de areia se fundiu e foi, literalmente, engolida pelo mar. As autoridades, que pediram para evitar aproximações com a área, confirmaram que nenhuma pessoa ou propriedade foi afetada.

Foi o terceiro incidente desse tipo em Inskip Point nos últimos três anos. Em 2015, a derrubada de outra parte da praia tragou um automóvel e várias barracas de um camping local. As autoridades descreveram o fato como “deslizamento de terra costeira”. “É provável que a erosão tenha sido causada pelo deslizamento de parte da costa pelo fluxo de marés, das ondas e das correntes”, disse em um comunicado o Departamento de Meio Ambiente e Ciência de Queensland.

Em 2015, cerca de 140 pessoas foram evacuadas depois que um deslizamento de terra de 200 metros afetou um acampamento. Ninguém ficou ferido na ocasião. Depois do acidente, Queensland revisou a estabilidade da praia e estabeleceu zonas de acesso proibido ao redor das áreas que se consideravam em risco de erosão.

Há dois anos, outro deslizamento menor também afetou a península. O geólogo Peter Davies, da University of Sunshine Coast, em Queensland, disse à rede ABC que os deslizamentos de terra “voltarão a acontecer com certeza”. “Tudo o que podemos dizer com alguma precisão é que se trata de uma área instável. Esses problemas seguirão acontecendo periodicamente”, finalizou.

Inskip Point

Brasileiros na Austrália

De acordo com o departamento australiano responsável pela imigração, de 2010 a 2016 o número de brasileiros estudando na Austrália dobrou, passando de cerca de 5.300 para 11.200 no ano passado. Para o governo, o Brasil só fica atrás da China e da Índia no envio de alunos para as universidades e escolas das principais cidades australianas.

Recentemente, o cônsul australiano no Brasil, Kym Fullgrabe, afirmou que os brasileiros estão entre os mais interessados em cursos universitários no país. “As pessoas sabem que, se estudam em uma das melhores instituições de ensino, podem usar o diploma para conseguir emprego em qualquer lugar do mundo”, afirmou. Um dos programas mais famosos no Brasil é o Endeavour Awards, que procura alunos do país para estudar em algumas universidades reconhecidas da Oceania.

Segundo Vinícius Barreto, CEO da Australian Centre, uma das maiores agências de intercâmbio para a Austrália operando no Brasil, houve um aumento de 30% no número de estudantes brasileiros procurando instituições de ensino na ilha oceânica entre 2015 e 2016. Em média, a cada ano, a taxa de viagens aumenta em 20%.

“Os brasileiros entenderam que é inteligente aproveitar o momento que o país vive e se qualificar no exterior, principalmente para voltar mais competitivo ao mercado de trabalho nacional. Quando a economia retomar e os empregos voltarem ao patamar que estavam, eles estão mais qualificados”, argumenta.

Os dados da empresa indicam que as cidades mais procuradas pelos brasileiros são Sidney e Brisbane, na costa leste, e Perth, na costa oeste. Em média, o período de estadia deles é de seis meses. Ainda que tenha tido um crescimento significativo no número de estudantes de graduação em universidades do país, a maioria dos que viajam do Brasil à Austrália buscam aprimorar o inglês.

Os números da Australian Centre refletem as estatísticas do governo australiano sobre a chegada de visitantes estrangeiros ao país: entre junho de 2015 e o mesmo mês de 2016, 43,9 mil brasileiros viajaram à Austrália, figurando no grupo das 16 nacionalidades que mais chegaram à nação oceânica no período.

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