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Sítio arqueológico Cais do Valongo é tombado pela Unesco

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) incluiu neste domingo (9) o sítio arqueológico do cais de Valongo, no Rio de Janeiro, em sua lista de monumentos tombados pelo Patrimônio Histórico Mundial. O cais, construído em 1811, no centro do Rio de Janeiro, recebeu no século 19 cerca de 900 mil escravos vindos do continente africano.

O título reconhece o passado maldito de escravidão jamais cicatrizada, já que ficou como herança uma profunda desigualdade social entre brancos e negros até os dias de hoje, que ainda fomenta muito preconceito racial e social na sociedade brasileira. O Cais do Valongo foi encontrado em 2011 durante as escavações feitas para a reforma da zona portuária.

Os números exatos são difíceis de determinar com precisão, mas a maioria dos historiadores concorda que o Brasil recebeu em seu litoral mais de quatro milhões de escravos vindos da África, cerca de 40% das vítimas do tráfico que partiu em direção às Américas. O Cais do Valongo foi construído no final do século XVIII, na região conhecida como Pequena África (zona portuária do Rio). Em meados do século XIX, o Brasil iniciava o processo de abolição da escravidão e do tráfico humano, referendado somente em 1889, sendo um dos últimos países do planeta a vetar este grave crime contra a humanidade. A partir daí, milhares de negros se instalaram em bairros da região, como Gamboa e Saúde, assim como pelos arredores. Foi, justamente, na região central que o samba era esculpido até se tornar o gênero musical que conhecemos.

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